domingo, 30 de dezembro de 2007


Ifigénia (no Brasil Ifigênia e em grego antigo Ἰφιγένεια) era, na mitologia grega, a filha de Agamemnon, e Clitemnestra. Deveria ser sacrificada pelo seu pai a Ártemis, para que a deusa fizesse soprar bons ventos para a partida dos exércitos gregos a Tróia. Ártemis, que não permitia sangue humano em seu altar, substituiu a princesa por uma corsa, e a fez sua sacerdotisa, levando-a para Táurida. Clitemnestra não admitiu Agamemnon, sacrificar sua própia filha, e por isso matou-o quando ele estava na piscina do palácio. Mais tarde, Orestes, irmão de Ifigênia, reencontrou-a em Táurida, e levou-a para Micenas de volta.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Esparta


Esparta era uma das cidades-estado da Grécia Antiga. Situada nas beiras do rio Eurotas, na parte sudeste do Peloponeso, conquistou a vizinha Messénia cerca do ano 700 a.C. e, duzentos anos mais tarde, iria coligar-se com os seus outros vizinhos, formando a Liga do Peloponeso. Na Guerra do Peloponeso, no século V a.C., Esparta derrotou Atenas e passou virtualmente a governar toda a Grécia, mas em 371 a.C. os outros estados revoltaram-se e Esparta foi derrubada, apesar de manter-se poderosa ainda durante mais duzentos anos. Enquanto Atenas era a capital política, Esparta era a capital militar.
Esparta, localizada na península do Peloponeso, encontrava-se numa região de terras apropriadas para o cultivo da vinha e da oliveira. Era uma cidade de caráter militarista e oligárquico, nunca tendo desenvolvido uma área urbana importante. O governo de Esparta tinha como um de seus principais objetivos fazer de seus cidadãos modelos de soldados, bem treinados fisicamente, corajosos e obedientes às leis e às autoridades. Em Esparta os homens eram na sua maioria soldados e foram responsáveis pelo avanço das técnicas militares, melhorando e desenvolvendo um treino, organização e disciplina intensivos e nunca vistos até então.
Relativamente ao poder, Atenas era a principal rival de Esparta e foi ela que liderou as cidades-estado gregas na luta contra os invasores persas, em 480 a.C.. A Constituição de Esparta, segundo a tradição, foi escrita por um legislador chamado Licurgo, personagem de existência duvidosa que teria vivido no século IX a.C..
Esparta surgiu em meados do século IX a.C. Durante a época micénica existiram a sul do local onde nasceria Esparta dois centros urbanos, Amiclas e Terapne. Nesta última cidade encontraram-se santuários dedicados ao rei Menelau e à sua esposa Helena, personagens da Ilíada de Homero.
À semelhança de outras partes da Grécia, a Lacónia conheceu um decréscimo populacional com o fim da era micénica. No século X a.C. os Dórios penetraram na região. No século seguinte, quatro aldeias da Lacónia uniram-se para fundar Esparta; no século seguinte a cidade de Amiclas foi incluída em Esparta.
Perante o problema gerado pelo aumento populacional e pela escassez de terra, Esparta optou pela via militar para solucionar a questão, ao contrário de outras pólis gregas que recorreram à fundação de colónias (Esparta fundou apenas uma colónia, Tarento, actual Taranto, no sul da Itália). Assim, Esparta decidiu conquistar os territórios vizinhos, tendo conquistado toda planície da Lacónia no final do século VIII a.C. Na luta pelo domínio no Peloponeso, Esparta teve como rival Argos, cidade do nordeste do Peloponeso.
Em 570 a.C., uma tentativa de conquista da Arcádia revelou-se um fracasso, tendo Esparta optado por alterar a sua política no sentido da diplomacia. Assim, Esparta ofereceu a outras localidades do Peloponeso a possibilidade de integrar uma liga por si liderada, a chamada Liga do Peloponeso. A maioria dos estados do Peloponeso integraria esta liga, com excepção de Argos.
Durante as Guerras Persas, Esparta liderou as forças que defenderam a Grécia em terra, enquanto que Atenas defendia pelo mar. Com o final da guerra, as relações com Atenas deterioraram-se, culminando na Guerra do Peloponeso (431-404 a.C.), que os Espartanos venceram.
Em 1834, o governo do então reino da Grécia fundou a moderna cidade de Esparta, que ocupa parte da antiga Esparta e que é capital do departamento da Lacónia.

A educação em Esparta

Estátua em mármore de um hoplita, talvez o rei Leónidas.
A educação espartana, que recebia o nome técnico de agogê, apresentava as particularidades de estar concentrada nas mãos do Estado e de ser uma responsabilidade obrigatória do governo. Estava orientada para a intervenção na guerra e a manutenção da segurança da cidade, sendo particularmente valorizada a preparação física que visava fazer dos jovens bons soldados e incutir um sentimento patriótico. Nesse treinamento educacional eram muito importantes os treinamentos físicos, como salto, corrida, natação, lançamento de disco e dardo.
Desde o nascimento até à morte
De acordo com Plutarco (50-120 d.C.), quando nascia uma criança espartana, pendurava-se na porta da casa um ramo de oliveira (se fosse um menino) ou uma fita de (se nascesse uma menina). Havia rituais privados de purificação e reconhecimento da criança pelo pai, além de uma festa de nascimento conhecida como genetlia, na qual o recém-nascido recebia um nome e presentes de parentes e amigos. (Cf. Maria Beatriz B. Florenzano. Nascer, viver e morrer na Grécia antiga)
Desde o nascimento e até à morte, o espartano pertencia ao estado. Os recém-nascidos eram examinados por um conselho de anciãos que ordenava eliminar os que fossem portadores de deficiência física ou mental ou não fossem suficientemente robustos (uma forma de eugenia).
A partir dos 7 anos, os pais (cidadãos) não mais comandavam a educação dos filhos. As crianças eram entregues à orientação do Estado, que tinha professores especializados para esse fim. Os jovens viviam em pequenos grupos, levando vidas muito austeras, realizavam exercícios de treino com armas e aprendiam a táctica de formação.
A educação espartana, supervisionada por um magistrado especial, o paidónomo, compreendia três ciclos, distribuídos por três anos:
Dos sete aos onze anos;
Dos doze aos quinze anos;
Dos dezesseis aos vinte anos (a efebia).
Vejamos alguns dos métodos da educação espartana, tendo como base o relato dos historiadores gregos Xenofonte (A constituição dos lacedemônios) e Plutarco (A vida de Licurgo).
Em lugar de proteger os pés com calçados, as crianças eram obrigadas a andar descalças, a fim de aumentar a resistência dos pés. Usavam um só tipo de roupa o ano inteiro, para que aprendessem a suportar as oscilações do frio e do calor.
A alimentação era bem controlada. Se algum jovem sentisse fome em demasia, era permitido que furtasse para conseguir alimentos. Castigavam-se, entretanto, aqueles que fossem apanhados roubando.
Uma vez por ano, os meninos eram chicoteados em público, diante do altar de Ártemis (deusa grega vingativa, a quem se ofereciam muitos sacrifícios). Essa cerimônia constituía uma espécie de concurso público de resistência à dor física.
Na adolescência, os jovens eram encarregados dos serviços de segurança na cidade. Qualquer cidadão adulto podia vigiá-los e puni-los. O respeito aos mais velhos era regra básica. Às refeições, por exemplo, os jovens deviam ficar calados, só respondendo de forma breve às perguntas que lhes fossem feitas pelos adultos.
Com 18 anos, o jovem espartano entrava no exército. Mas só aos 28 anos de idade adquiria plenos direitos políticos, podendo, então, participar da Assembléia do Povo ou dos Cidadãos (Apelá).
Depois de concluído o período de formação educativa, os cidadãos de Esparta, entre os vinte e os sessenta anos, estavam obrigados a participar na guerra. Continuavam a viver em grupos e deviam tomar uma refeição diária nos chamados syssitia.
Para o historiador italiano Franco Cambi, a educação desenvolvida em Esparta e Atenas constitui dois modelos educativos diferentes. Em Esparta, a perspectiva militar orientava a formação de cidadãos-guerreiros, defensores do Estado. Já em Atenas, predominava um tipo de formação mais livre e aberta, que, de modo mais amplo, valorizava o indivíduo e suas capacidades. (Cf. Franco Cambi. História da pedagogia.)

A educação dos homens
Os homens espartanos (esparciatas) eram mandados ao exército aos sete anos de idade, onde recebiam educação e aprendiam as artes da guerra e desporto. Aos doze anos, eram abandonados em penhascos sozinhos (só contavam uns com os outros), nus (para criarem resistência ao frio) e sem comida (para caçarem e pescarem). Aos 18 anos, voltavam a Esparta, e até os 30 anos de idade eram considerados cidadãos de segunda classe, sem direito a voto, por exemplo. Podiam ser agredidos por qualquer esparciata acima de 30 anos, ficavam nus e recebiam pouca comida (para aprenderem a furtar). Os jovens poderiam atacar a qualquer momento escravos (hilotas), a fim de lutar e se preparar para a guerra, mas, se fossem mortos por ele, o escravo receberia dois dias de folga (por conseguir matar alguém que não era bom o bastante para o exército espartano). Existia uma temporada de caça aos hilotas, para treinarem os jovens para a guerra.
O homem que conseguisse viver até os 30 anos tornava-se um oficial, voltando ao quartel com todos os direitos de cidadão espartano, além de direito ao voto, direito a ter relações sexuais com mulheres (antes dos 30 só eram autorizadas com homens) e direito a casar. Os homens engravidavam suas mulheres e casavam-se com elas; caso não conseguissem engravidá-las, devolviam-na à sua família e voltavam ao quartel para fazerem parte da tropa de elite do exército. Podiam, assim, "casar" com um homem do exército. Contudo, se conseguissem engravidar suas mulheres, casavam-se com elas e voltavam ao quartel depois de deixá-las grávidas em suas casas. Aos 60 anos, poderiam ir para a casa de suas esposas para viver com elas.

A educação das mulheres
As mulheres recebiam educação quase igual à dos homens, participando dos torneios e atividades desportivas. O objetivo era dotá-las de um corpo forte e saudável para gerar filhos sadios e vigorosos. Consistia na prática do exercício físico ao ar livre, com a música e a dança relegadas para um segundo plano (ao contrário do que tinha sucedido na Época Arcaica). Assim como os homens, também iam aos quartéis quando completavam 7 anos de idade para serem educadas e treinadas para a guerra mas dormiam em casa, onde recebiam da mãe aulas de educação sexual, assim que atingiam a chamada menarca (primeira menstruação), começavam a receber aulas práticas de sexo, para gerarem bons cidadãos para o estado, aulas onde se usavam escravos, com coito interrompido para não engravidarem de hilotas (escravos) e recebiam também uma educação mais avançada que a dos homens já que seriam elas que trabalhariam e cuidariam da casa enquanto seus maridos estivessem servindo ao exército.
Assim que atingiam a maturidade(entre 19 e 20 anos) elas pediam a autorização ao estado para casarem, passando por um teste para comprovar sua fertilidade (engravidavam de um escravo que era só para a reprodução, sendo muito bem tratado e alimentado e morto aos 30 anos, pois era considerado velho. o filho que ela tinha com esse escravo era morto e a mulher conseguia sua autorização para casar), caso elas não conseguissem engravidar, era mandada aos quartéis para, assim como os homens, servir ao exército espartano.
A mulher espartana podia ter qualquer homem que quisesse, mesmo sendo casada, já que seus maridos ficavam até os 60 anos de idade servindo ao exército nos quartéis, e podia também requisitar o seu marido ao general do quartel, mas o mesmo não poderia ser feito pelos homens.
Muitos filhos era sinal de vitalidade e força em Esparta, assim, quanto mais filhos a mulher tivesse, mais atraente ela seria, podendo engravidar de qualquer esparciata, mas o filho desta seria considerado filho do seu marido.

Sociedade


A sociedade espartana era fortemente estratificada, sem qualquer possibilidade de mobilidade entre os três grupos existentes: os Esparciatas, os Periecos e os Hilotas.

Esparciatas
Ver artigo principal: Esparciatas
Pertenciam a este grupo todos os que fossem filhos de pai e mãe espartanos, sendo os únicos que possuíam direitos políticos (governo da cidade), constituindo o corpo dos cidadãos (homoioi, pares). Deviam dedicar sua vida ao estado espartano, permanecendo à disposição do exército ou dos negócios públicos. Além disso, para se pertencer a este grupo era obrigatório ter recebido a educação espartana e estar inscrito num syssition, onde tomavam a refeição em comum.
Segundo Políbio e Plutarco, todos os cidadãos de Esparta receberam uma parte igual das terras públicas. A terra teria sido dividida em parcelas, os klêroi, no mesmo número dos cidadãos existentes. Estas parcelas de terras eram inalienáveis e indivisíveis, passando de pais para filhos. As mulheres podiam herdar o klêros, mas só no caso de não ter existido descendência masculina e com o objectivo de o transmitirem. Os espartanos não podiam exercer o comércio.

Periecos
Ver artigo principal: Periecos
Eram os habitantes das cidades da periferia (que descendiam dos povos conquistados pelos esparciatas) que estavam integrados no estado espartano e ao qual pagavam impostos. Apesar de serem livres, não tinham direitos políticos e dependiam dos Espartanos em matéria de política externa. Estavam obrigados a participarem das guerras, mesmo não tendo recebido a mesma educação dos esparciatas. Eles combatiam ao lado dos Espartanos, embora em contingentes particulares. Ao contrário dos Espartanos, os periecos podiam dedicar-se ao comércio e à indústria artesanal.

Hilotas
Ver artigo principal: Hilotas
Eram os servos, que pertencendo ao estado espartano, trabalhavam nos kleros(lotes de terra), entregando metade das colheitas ao Espartano e eram duramente explorados. Deviam cultivar essa terra a vida inteira e não podiam ser expulsos de seu lugar. Levavam uma vida muito dura, sujeita a humilhações constantes. Foram protagonistas de várias revoltas contra o estado espartano. Para controlar as revoltas e manter os hilotas sob clima de terror, os espartanos organizavam expedições anuais de extermínio (krypteia ou criptias), onde os hilotas eram obrigados a participar. Tratava-se de um massacre anual que consistia na perseguição e morte dos hilotas considerados perigosos, no qual os espartanos competiam para ver quem matava mais hilotas.
Analisando a situação dos espartanos, periecos e hilotas, alguns historiadores afirmam que os periecos, por dominar o comércio e o artesanato, podiam enriquecer, desfrutando de certo conforto material e liberdade. Os esparciatas, por sua vez, cumpriam obrigações tão pesadas em relação ao Estado que se tornaram vítimas de suas próprias instituições. Quanto aos hilotas, sua vida era marcada pela opressão e miséria.

Instituições políticas

A Assembléia
A Assembléia de Esparta era composta por todos os Espartanos, menos hilotas (pois eram escravos), e recebia o nome de Apella. Reunia-se uma vez por mês ao ar livre, em local que a arqueologia moderna ainda não conseguiu identificar.
Decidia sobre questões ligadas à política externa, elegia os magistrados e designava os gerontes. Porém, na prática, tinha pouca influência na vida política da pólis. Segundo as informações legadas por Plutarco, não podia discutir as propostas que lhe eram apresentadas, mas apenas aprová-las ou rejeitá-las na totalidade.
Os Reis
Os reis eram dois, oriundos das duas famílias reais que se afirmavam descendentes de Hércules, segundo a tradição, dos gêmeos Eurístenes e Procles, cujos filhos, Ágis e Eurípone, teriam dado nome às dinastias reinantes: àgidas e euripôntidas. Entre suas funções, destacavam-se os serviços de caráter militar e religioso. Em tempo de guerra, um dos reis exercia o comando dos exércitos. Eram membros da Gerúsia e gozavam de certos privilégios, como o direito a uma guarda pessoal, direito a refeição dupla no syssition e a terem uma parte superior aos outros no despojo de guerra.

A Gerúsia
A Gerúsia preparava as propostas que seriam apresentadas à Assembléia, funcionando também como tribunal supremo.
Era constituída por trinta elementos (vinte e oito gerontes eleitos vitaliciamente, de entre os Espartanos com mais de sessenta anos, e os dois reis) eleitos através de um procedimento que Aristóteles classifica de pueril na sua obra Política: os candidatos passavam diante da Assembléia, sendo eleito o que recebesse maior número de aplausos, avaliados por um júri encerrado num compartimento próximo.
Tinha funções administrativa (supervisão), legislativa (elaboração de projetos de lei) e judiciária (tribunal superior).

A Apela
Assembléia formada por cidadãos espartanos maiores de 30 anos. Elegia os membros da Gerúsia e aprovava ou rejeitava as leis encaminhadas por eles.

Os Éforos
O Conselho dos Éforos - em número de cinco - formavam um colégio que era eleito anualmente por altura do Outono pela Ápela. Detinham amplos poderes, eram os verdadeiros chefes do governo espartano: presidiam a Assembléia (coordenavam as reuniões da Gerúsia e da Ápela), davam a ordem de mobilização em caso de guerra, controlavam a administração (a vida econômica e social da cidade) e a educação, podendo vetar os projetos de lei e fiscalizar as atividades dos reis.
Possuíam também poderes judiciais, podendo banir os estrangeiros e condenar os periecos à morte, sem necessidade de julgamento.
Não era exigida nenhuma condição de censo ou de nascimento para se ser eleito éforo, pelo que o eforato representava o elemento de igualitarismo nas instituições políticas espartanas. A curta duração do seu mandato impedia eventuais abusos de poder.

Religião em Esparta
A religião ocupou em Esparta um lugar mais importante do que em outras cidades. O grande número de templos e santuários é disso revelador: quarenta e três templos dedicados a divindades, vinte e dois templos de heróis, uma quinzena de estátuas de deuses e quatro altares. A esta lista é necessário juntar os numerosos monumentos funerários, dado que em Esparta os mortos eram enterrados no interior das muralhas, sendo que alguns destes monumentos funcionaram como locais de culto.

Divindades
As divindades femininas desempenharam em Esparta um papel bastante importante: dos cinquenta templos mencionados por Pausânias, trinta e quatro estão dedicados a deusas. A deusa Atena era a mais adorada de todas. O deus Apolo tinha poucos templos, mas a sua importância era crucial: desempenhava um papel em todas as festas espartanas e o monumento mais importante na Lacónia era o trono de Apolo em Amyclai.
Outro traço distintivo era o culto aos heróis da guerra de Tróia. Segundo Anaxágoras, Aquiles era aqui adorado como um deus e Esparta tinha dois santuários dedicados a ele. Outras personagens de Tróia honradas por Esparta foram Agamemnon, Cassandra, Clitemnestra, Menelau e Helena.
Esparta prestava também culto a Castor e Pólux. A tradição afirmava mesmo que teriam nascido na cidade. A dualidade das personagens faz lembrar a existência de dois reis em Esparta. Vários milagres foram-lhes atribuídos, sobretudo relacionados com a defesa dos exércitos espartanos (representações dos gémeos em ânforas eram levadas para o campo de batalha ao lado dos reis).
Por último, Héracles era, em Esparta, uma espécie de "herói nacional". Segundo a tradição, o herói teria ajudado Tíndaro a reconquistar o seu trono. O tema dos ""Doze Trabalhos" foi largamente explorado pela iconografia espartana.

Sacrifícios e sinais divinos
Como consequência do exposto, os sacerdotes desempenhavam um papel importante em Esparta. Os dois reis tinham eles próprios um estatuto de sacerdotes: estavam encarregues de realizar os sacrifícios públicos, que eram bastante valorizados, sobretudo em tempos de guerra. Antes da partida de uma expedição militar, efetuava-se um sacrifício a Zeus; no momento em que se passavam as fronteiras realizava-se a Zeus e Atena e antes da batalha a Ares Enyalios. Várias anedotas mostram o respeito dos espartanos pelas festas e sinais divinos, ao ponto de abandonarem o campo de batalha perante augúrios desfavoráveis, como os terremotos.

A História de Atenas e Esparta




Atenas

A vida civil de Atenas foi muito diferente do viver militar dos espartanos.
Atenas era uma cidade jônica, situada na pequena península da Ática. Desde os tempos dos antigos, seus habitantes se entregavam a navegação marítima e, em contato com outros povos de civilizações adiantadas aprenderam e desenvolveram os elementos de uma vida espiritual e materialmente superior. (Acrópoli de Atenas-Vista aérea)
As tradições davam a cidade como fundada por Cécrope, colono egípcio. Um dos seus monarcas lendários teria sido o herói Teseu. O último desta fase foi Codro que sacrificou a própria vida para salvar o país da invasão dos dórios. A fim de honrar-lhes a memória, os atenienses aboliram a realeza, declararam que ninguém possuía dignidade bastante para substituir um rei com aquelas qualidades.


A organização social de Atenas
A população de Atenas dividia-se em três classes: cidadãos, metecos e escravos.
A cidadania era um privilégio que se adquiria pelo nascimento. Somente filhos de pai e mãe atenienses se reservava o direito de serem cidadãos. Os estrangeiros e seus descendentes, domiciliados em Atenas, formavam a classe dos metecos, excluídos, como os escravos, da vida política. Diz-se em resumo, que em Atenas, todos cidadãos tinham direitos políticos, mas nem todos habitantes eram cidadãos.
A organização política de Atenas


Tal como nas demais cidades da Hélade, havia em Atenas a classe dos aristocratas, os eupátridas (bem nascidos), como ali eram chamados. Estes, apos a morte de Codro, elegeram um magistrado vitalício, com o título de Arconde, responsável pelo governo, mas despojado das prerrogativas reais. Mas tarde, tornaram aquele cargo temporário, limitando-o a dez anos de mandato. Por fim, o Arcontado foi anual e passou a ser exercido por nove arcondes, um dos quais chamado arconde-rei, encarregado das funções religiosas.
Ao lado do Arcontado, com poderes administrativos militares e religiosos, funcionava o Aerópago, assembléia ou conselho formado pelos ex-arcondes, com poderes judiciários e também políticos.
As primeiras leis escritas
O governo dos nobres era opressor e indiferente à sorte do povo. Com o tempo, formou-se uma nova classe social: a dos comerciantes e de industrias que desejavam participar dos atos de governo. Uniram-se, por isso, aos demais e deram começo a uma série de lutas, visando a melhores condições de vida de toda a população. No século VII a.C., surgiram as primeiras leis escritas, atribuídas a Drácon e que se tornaram famosas pela severidade e rigor. era um passo à frente na conquista dos direitos humanos, embora a maior parte das coisas se mantivessem praticamente no mesmo estado anterior.
Sólon
Em 594 a.C., os atenienses elegeram para o Arcontado um dos "sete sábios da Grécia", Sólon, homem de grande inteligência, que realizou importante reforma no sentido democrático, inspirado no desejo de favorecer os direitos do povo. Começo por libertar os devedores reduzidos à escravidão, suprimindo o cativeiro por dívidas; garantiu a liberdade individual; estabeleceu um imposto progressivo sobre os rendimentos, para o que dividiu os cidadãos em quatro categorias, repartindo entre estas os cargos e os direitos em forma proporcional e eqüitativa.
Os poderes do governo foram divididos em quatro corpos políticos: o Arcontado, o Bulé, a Eclésia e o Aerópago.
Para o primeiro, só podiam ser eleitos os cidadãos da primeira classe, isto é, os mais ricos; o Bulé, era um conselho de 400 cidadãos, eleitos entre os membros das primeiras três classes, a Eclésia, ou assembléia do povo , pertenciam vinte mil cidadãos, incluindo-se os que nada possuíam. O Aerópago manteve a estrutura anterior.
Pisístrato
As reformas de Sólon originaram descontentamento: os eupatridas se viram prejudicados e o povo achou que devia ter mais direitos. Das lutas aproveitou Pisístrato, jovem endinheirado que, apoiado no partido popular, apoderou-se do governo.
Deu-se- o qualificativo de tirano, que, como sabemos, designava os que se elevavam ao poder por meios irregulares.
Pisístrato administrou com justiça e acerto, respeitando as leis de Sólon e procurando melhorar as condições dos menos favorecidos. A ele se atribui a iniciativa de determinar a compilação das obras de Homero. quando morreu, sucederam-lhe os filhos Hiparco e Hípias: aquele foi morto numa conjuração e este foi obrigado a fugir, por força de uma sublevação de nobres atenienses (510 a.C.).
A democracia ateniense
O governo de Atenas coube, depois de algumas lutas, a Clístenes, homem de origem aristocrática, mas de tendências populares. Nomeado arconde realizou reformas políticas de grande importância, aboliu a divisão de classes e permitiu que todos os domiciliados em Atenas fossem considerados cidadãos. Depois dividiu politicamente o território dez tribos com direitos iguais e deu à Eclésia maior qualidade de poderes.
Para evitar influências de indivíduos que pudessem atentar contra a liberdade instituiu o ostracionismo, votação realizada pela Eclésia, que tinha por fim exilar, pelo prazo de dez anos, os que visem a incidir naquela suspeição.
A partir de 503 a.C., data em que tivessem aplicação as reformas de Clístenes, o Estado ateniense passou a ser uma democracia, embora estivesse longe se assemelhar-se as democracias de nosso tempo (havia ainda muita desigualdade, mais do que a existente hoje).

Esparta
No sudoeste do Peloponeso estende-se um vale por onde rola suas águas o antigo rio Eurotas. A região, que é quase toda cercada de montanhas chamou-se noutros tempos, de Lacônia. Inicialmente foi habitada pelos pelasgos, depois foi invadida pelos aqueus e, por fim, conquistada pelos dórios.
Esses últimos fixaram o centro de sua atividade na cidade de Esparta.
A hostilidade dos aqueus, vencidos mas não conformados, a influência do solo áspero, do clima e da própria situação geográfica, tornaram os espartanos, no decorrer dos séculos um povo guerreiro.
Tr6es motivos principais levaram os espartanos a guerras de conquista:
1- A preocupação de abater qualquer outro Estado que, por seu poderio, constituísse ameaça ao país;
2- A necessidade de outras terras para a população crescente;
3- O desejo de aumentar o poderio militar que lhes era próprio, absorvendo novas tropas auxiliares ou aliadas
A organização social espartana
A organização política e social de Esparta é atribuída a Licurgo, personagem lendária, que teria vivido no século IX a.C.
A população se compunha de três classes sociais: espaciatas, periecos e ilotas.
Os espaciatas também chamados espartanos eram descendentes dos antigos dórios e formavam a classe dos iguais, espécie de aristrocacia dominante. Os periecos integravam a classe formada pelos antigos aqueus que não foram despojados de suas pequenas propriedades; não tinham direitos políticos, mas gozavam de completa liberdade social e econômica. Os ilotas eram também aqueus, pertencentes, porém, aquela grande maioria que fora privada de seus haveres e reduzida a condições de trabalho humilde.
A organização política de Esparta
Esparta era governada por dois reis ao mesmo tempo. Era época de guerra, somente um deles marchava para o combate.
O poder dos monarcas sofria, porém, limitações impostas pelos seguintes outros órgãos de governo:
I - A Gerúsia, câmara formada de cidadãos maiores de 60 anos, que redigia as leis a serem por todos obedecidas;
II - A Ápela, assembléia em que tomavam parte os maiores de 30 anos, com poderes para aceitar ou rejeitar as propostas da Gerúsia;
III - Os Éforos, conselheiros ou magistrados, em números de cinco, eleitos por um ano e com atribuições de convocarem as duas câmaras, de darem ordem a militares, de administrar justiça e de vigiar a vida particular dos adultos.
A educação espartana
A educação dos espartanos visava a fazer de cada indivíduo um soldado. O recém-nascido que apresentasse defeito para a vida militar era morto por ordem do Estado. Quando os meninos alcançavam os setes anos de idade, tornavam-se recrutas e passavam a fazer parte de uma pequena tropa que, sob as ordens de um monitor, praticavam diariamente exercícios atléticos e ginástica. Aos vinte anos, o jovem ingressava no exército, aos trinta, podia casar-se e participar da Ápela. A vida militar só findava quando o homem espartano chegava aos 60 anos de idade. Todos, mesmo os monarcas, antes dessa idade, eram obrigados a tomar parte nos exércitos militares, que, periodicamente, se levavam a efeito em tempos de paz.
A cultura intelectual foi quase nula em Esparta limitando-se ao ensino de poesias sagradas, a cantos de guerra e a uma eloqüência particular que devia expressar muitas coisas em poucas palavras. Chama-se lacônica a linguagem breve, concisa, sentenciosas, igual a que e falava na Lacônia.
As conquistas espartanas
Esparta manteve um exército adestrado de 30 mil homens de infantaria e 500 de cavalaria. Proporcionalmente ao total da população , o número de soldados era excessivo, podendo se dizer que a lacônia era um quartel general e o povo espartano um exército. Vivendo exclusivamente para as glórias da guerra, foram os espartanos no dizer do historiador Xenofonte: "artistas da arte militar".
Com esse exército, Esparta dominou várias cidades do Peloponeso e com aquelas que não pode subjugar formou a famosa aliança que teve o nome de Liga do Peloponeso. No ano de 490 a.C., o poderio de Esparta era superior ao de todas a s cidades da Grécia. Esta fase teve o nome de Hegemonia espartana.

Guerra do Peloponeso

Conflito entre Atenas e Esparta, ocorrido entre 431 e 404 a.C.. Sua história foi detalhadamente registrada por Tucídides e Xenofonte. De acordo com Tucídides, a razão fundamental da guerra foi o crescimento do poder ateniense e o temor que o mesmo despertava entre os espartanos. A cidade de Corinto foi especialmente atuante, pressionando Esparta a fim de que esta declarasse guerra contra Atenas. Esparta invadiu a Ática com seus aliados em 431 a.C., mas Péricles persuadiu os atenienses a se deslocarem para trás das 'longas muralhas' que ligavam Atenas a seu porto, o Pireu, e a evitar umabatalha em terra com o superior exército espartano. Atenas confiava em sua frota de trirremes para invadir o Peloponeso e proteger seu império e suas rotas comerciais, mas foi gravemente surpreendida pela deflagração da peste, em 430 a.C., que matou cerca de um terço da população, inclusive Péricles. Apesar disso, a frota teve boa performance e foi estabelecida uma trégua de um ano, em 423 a.C.. A Paz de Nícias foi concluída em 421 a.C., mas Alcibíades liderou um movimento de oposição a Esparta no Peloponeso; suas esperanças esvaneceram-se com a vitória de Esparta em Mantinéia, em 418 a.C..Ele foi também o principal defensor de uma expedição à Sicília (415-3 a.C.), que visava derrotar Siracusa e que resultou em completo desastre para Atenas. A guerra foi formalmente retomada em 413 a.C.; a fortificação de Decélia, na Ática, pelos espartanos, e revoltas generalizadas entre seus aliados pressionaram Atenas, que havia perdido grande parte de sua frota na Sicília e estava falida e atormentada por convulsões políticas. Apesar disso e graças, em grande parte, a Alcibíades, a sorte de Atenas ressurgiu, com vitóriasnavais em Cinosema (411 a.C.), e Cícico (410 a.C.), e com a reconquista de Bizâncio (408 a.C.). Houve mais uma vitória em Arginuse, em 406 a.C.. A partir de então, o apoio financeiro da Pérsia a Esparta e as habilidades estratégicas e táticas do espartano Lisandroalterou a balança. A vitória espartana em Egospótamos e seu controle do Helesponto subjugaram Atenas, pela fome, até a rendição, em abril de 404 a.C.. Seguiu-se imediatamente um golpe oligárquico, apoiado por Esparta, e o reino de terror da 'Tirania dos Trinta'. A democracia foi restabelecida em 403 a.C..

Civilização Grega Cronologia Arte grega Atenas e Esparta

A História de Atenas


( a cabeça de Athena)

(O Partenon)


Atenas (em grego Αθήνα, Athína) é a capital da Grécia e também a capital da Ática. Além de ser uma cidade moderna, Atenas também é famosa por ter sido poderosa Cidade-Estado e um centro de cultura muito importante nos tempos antigos.
Em grego antigo, Atenas era chamada Αθήναι (Athíne), em homenagem à deusa grega Atena. No século XIX, este nome foi retomado formalmente como nome da cidade, mas desde o abandono oficial do grego katharévussa, em 1976, a forma popular Αθήνα tornou-se o nome oficial da cidade.


Incluindo os subúrbios, Atenas possui uma população de cerca de 3,3 milhões de habitantes, quase um terço da população total da Grécia. Atenas cresceu rapidamente nos últimos anos e vem sofrendo problemas urbanos, como superpopulação, congestionamentos e poluição do ar.
Atenas espalha-se pela planície central de Ática, que é limitada pelo monte Aegaleo a oeste, monte Parnita ao norte, monte Pentélico a nordeste, monte Hímetus a leste, e o Golfo Sarônico a sudoeste. Expandiu-se de modo a cobrir toda a planície, sendo, portanto, pouco provável que a cidade cresça em área de forma significativa no futuro devido às fronteiras naturais. A geomorfologia de Atenas causa freqüentemente fenômenos de inversões térmicas, parcialmente responsáveis pelo problema de poluição. (Los Angeles possui geomorfologia semelhante e problemas decorrentes semelhantes).
A terra é rochosa e de baixa fertilidade. O antigo local da cidade era centrado na colina rochosa da Acrópole. Em tempos antigos, o porto de Pireus era uma cidade à parte, sendo, hoje, parte da grande Atenas.
O centro da cidade é a Praça Sintagma (Praça da Constituição), local do antigo Palácio Real, do Parlamento Grego e outros prédios públicos do século XIX. A maioria das partes antigas da cidade concentram-se ao redor deste centro. As partes mais recentes são construídas em concreto e sofrem, geralmente, de carência de facilidades urbanas como estacionamentos. Atenas foi sede dos Jogos Olímpicos de 2004, assim como os primeiros jogos olímpicos modernos, os jogos de Atenas, em 1896, e as olimpíadas intermediárias de 1906.
O antigo campus da Universidade de Atenas, na avenida Panepistímiu, é uma das mais requintadas construções de Atenas, juntamente com o prédio da Biblioteca Nacional e o prédio da Academia de Artes de Atenas.Estes prédios formam, juntos, a Trilogia de Atenas, construída no fim do século XIX. Apesar deste requinte, a maioria das funções universitárias foram movidas para um campus moderno, ao leste do centro da cidade, próximo ao Zografo. Outra universidade presente em Atenas é a Escola Politécnica de Atenas (em grego, Εθνικό Μετσόβιο Πολυτεχνείο, Ethnikó Metsóvio Politechnío), onde 24 estudantes foram mortos em 1973 durante demonstrações contra o regime militar grego.

Em Atenas, a educação era tratada como uma atitude de compromisso. Apenas os homens frequentavam as escolas onde se estudavam obras de Homero e Solón.


Atenas foi a principal cidade na Grécia durante o grande período da civilização grega, no primeiro milênio a.C., durante a "Idade do Ouro" da Grécia (aproximadamente 500 a.C. até 300 a.C.) ela era o principal centro cultural e intelectual do Ocidente, e certamente é nas idéias e práticas da Antiga Atenas que o que nós chamamos de "civilização ocidental" tem sua origem. Após seus dias de grandiosidade, Atenas continuou a ser uma cidade próspera e um centro de estudos até o período tardio do Romano.
As escolas de filosofia foram fechadas em 529 depois que o Império Bizantino foi convertido para o cristianismo. Atenas perdeu bastante o seu status e se tornou uma cidade provinciana.
Entre o século XIII e o século XV foi combatida pelos bizantinos e cavaleiros franceses/italianos do Império Latino. Em 1458, caiu em poder do Império Otomano e a população começou a diminuir e as condições pioraram quando o Império Otomano declinou. Partes da cidade (incluindo muitos de seus edifícios) foram destruídos no século XVII, século XVIII e século XIX, por diferentes facções que tentaram controlar a cidade.
Ficou virtualmente inabitada na época em que se tornou a capital do recentemente estabelecido Reino da Grécia, em 1833. Durante as próximas poucas décadas foi reconstruída e se transformou em uma cidade moderna.
A última grande expansão ocorreu na década de 20, quando os subúrbios foram criados para acomodar os refugiados gregos da Ásia Menor.
Durante a 2ª Guerra Mundial foi ocupada pela Alemanha e esteve mal nos últimos anos da guerra. Depois da guerra começou a crescer novamente.
A Grécia entrou para a União Européia em 1981, trazendo novos investimentos para Atenas, acompanhados de problemas de congestionamento e poluição do ar.

O Partenon, na colina da acrópole
A cidade moderna de Atenas consiste do que antigamente eram vilas e cidades distintas que gradualmente expandiram para formar uma cidade grande e única; esta expansão ocorreu no século XX. A cidade está agora dividida em 54 subprefeituras, a maior delas que é a subprefeitura de Atenas (ou Dimos Athinaion), com aproximadamente um milhão de pessoas (o segundo maior é Pireus).Atenas pode, portanto, se referir tanto à cidade toda quanto à prefeitura de Atenas (parte central da cidade). Cada uma das prefeituras da região de Atenas tem um conselho municipal eleito e um prefeito eleito de forma direta. Em janeiro de 2007 foi eleito prefeito de Atenas Nikitas Kaklamanis, do partido conservador Nova Democracia.
A Grécia é uma republica da União Europeia.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Os Jogos Olimpícos


Jogos Olimpícos da Grecia

Olimpíadas Origem das Olimpíadas, História dos Jogos Olímpicos na Grécia Antiga, Era Moderna, política e esporte, Jogos de Inverno, Esportes Olímpicos, Brasil nas Olimpíadas.
IntroduçãoA cada quatro anos, atletas de centenas de países se reúnem num país sede para disputarem um conjunto de modalidades esportivas. A própria bandeira olímpica representa essa união de povos e raças, pois é formada por cinco anéis entrelaçados, representando os cinco continentes e suas cores. A paz, a amizade e o bom relacionamento entre os povos são os princípios dos jogos olímpicos.Origem dos Jogos OlímpicosForam os gregos que criaram os Jogos Olímpicos. Por volta de 2500 AC, os gregos faziam homenagens aos deuses, principalmente Zeus. Atletas das cidades-estados gregas se reunião na cidade de Olímpia para disputarem diversas competições esportivas: atletismo, luta, boxe, corrida de cavalo e pentatlo ( luta, corrida, salto em distância, arremesso de dardo e de disco). Os vencedores eram recebidos como heróis em suas cidades e ganhavam uma coroa de louros.Além da religiosidade, os gregos buscavam através dos jogos olímpicos a paz e a harmonia entre as cidades que compunham a civilização grega. Mostra também a importância que os gregos davam aos esportes e a manutenção de um corpo saudável.No ano de 392 AC, os Jogos Olímpicos e quaisquer manifestações religiosas do politeísmo grego foram proibidos pelo imperador romano Teodósio I, após converter-se para o cristianismo.Jogos Olímpicos da Era ModernaNo ano 1896, os Jogos Olímpicos são retomados em Atenas, por iniciativa do francês Pierre de Fredy , conhecido com o barão de Coubertin. Nesta primeira Olimpíada da Era Moderna, participam 285 atletas de 13 países, disputando provas de atletismo, esgrima, luta livre, ginástica, halterofilismo, ciclismo, natação e tênis. Os vencedores das provas foram premiados com medalhas de ouro e um ramo de oliveira.Jogos Olímpicos e PolíticaAs Olimpíadas, em função de sua visibilidade na mídia, serviram de palco de manifestações políticas, desvirtuando seu principal objetivo de promover a paz e a amizade entre os povos. Nas Olimpíadas de Berlim (1936), o chanceler alemão Adolf Hitler, movido pela idéia de superioridade da raça ariana, não ficou para a premiação do atleta norte-americano negro Jesse Owens, que ganhou quatro medalhas de ouro. Nas Olimpíadas da Alemanha em Munique (1972), um atentado do grupo terrorista palestino Setembro Negro, matou 11 atletas da delegação de Israel. A partir deste fato, todos os Jogos Olímpicos ganharam uma preocupação com a segurança dos atletas e dos envolvidos nos jogos.Em plena Guerra Fria, os EUA boicotaram os Jogos Olímpicos de Moscou (1980) em protesto contra a invasão do Afeganistão pelas tropas soviéticas. Em 1994 é a vez da URSS não participarem das Olimpíadas de Los Angeles, alegando falta de segurança para a delegação de atletas soviéticos.--------------Vale lembrar: No ano de 2007, teremos, na cidade do Rio de Janeiro, um outro evento esportivo internacional de grande importância: Os Jogos Pan-Americanos.

AHistória da Guerra de Tróia

A Guerra de Tróia realmente aconteceu?

A extensão do apelo que a estória tem exercido sobre sucessivas gerações é demonstrada pelos esforços de incontáveis historiadores, arqueólogos e românticos entusiastas para estabelecer a base histórica para a guerra de Tróia. Atualmente, é geralmente aceito que o local foi corretamente identificado no final do século XIX por Heinrich Schliemann no monte Hissarlik, na planície dos Dardanelos, na costa noroeste da Turquia. Entretanto, a afirmação de Schliemann de ter descoberto a Tróia da guerra de Tróia é nos dias de hoje largamente desacreditada. O monte Hissarlik contém numerosos níveis sucessivos de habitação, e foi num dos mais recentes que Schliemann afirmava ter descoberto o maravilhoso tesouro: esta posição é agora considerada como sendo nova demais da ordem de mil anos, para ter sido destruída pelos gregos dos palácios de Micenas do continente grego. Estes podem ter sido o instrumento de destruição de um dos mais antigos níveis de Hissarlik, o qual parece ter sido queimado até o chão, possivelmente após um cerco, ao redor do período correto (por volta de 1200 a.C.). Esta Tróia mais antiga apresentava características bastante humildes, mas na sua destruição deve estar a semente da realidade histórica ao redor da qual a lenda surgiu. Entretanto, o desenvolvimento da lenda permanece um mistério com poucas possibilidades de ser solucionado pelos arqueólogos, assim então não havendo perigo que o romântico enigma de Tróia seja destruído.Seja qual for a base histórica, a guerra de Tróia é o episódio isolado mais importante, ou complexo de episódios, que sobreviveram na mitologia e nas lendas gregas. Os eventos que causaram a guerra e aqueles que se seguiram estão combinados num grupo de estórias conhecidas como o Ciclo Troiano: algumas são conhecidas a partir dos dois grandes poemas Homéricos, a Ilíada e a Odisséia, mas outras partes da estória devem ser reunidas de numerosas outras fontes, indo desde os dramaturgos gregos do século V a.C., até autores romanos mais recentes. A estória como um todo pode ser comparada a uma ópera wagneriana na sua riqueza e complexidade ao entrelaçar personagens e temas; é bastante romântica e de grande apelo humano, pois, como todos os mitos gregos, trata-se da estória fundamental do homem e sua luta para existir em face do destino e dos deuses.Um dos primeiros elos da cadeia de eventos que formaram o prelúdio da guerra de Tróia foi forjado por Prometeu, o grande benfeitor da humanidade. Prometeu, um primo de Zeus, tinha dado o fogo aos homens, um elemento cujos benefícios tinham tão-somente sido desfrutados pelos deuses. Tinha também ensinado os homens para oferecer aos deuses apenas a gordura e os ossos em sacrifícios de animais, mantendo as melhores partes para eles próprios. Para punir Prometeu, Zeus o acorrentou num alto penhasco nas montanhas e diariamente enviava uma águia para comer seu fígado, o qual voltava a crescer à noite.De acordo com algumas fontes, Prometeu acabou sendo libertado por Hércules, mas outras dizem que foi libertado por Zeus, quando finalmente concordou em contar-lhe um importante segredo. Este segredo relacionava-se à ninfa do mar Tétis, que era tão bela que contava com vários deuses entre seus admiradores, incluindo Posídon e o próprio Zeus; entretanto uma profecia conhecida apenas por Prometeu predisse que o filho de Tétis estava destinado a ser mais importante que seu pai. Ao saber disso, Zeus rapidamente abandonou a idéia de ser o pai de um filho de Tétis, decidindo, ao invés, que deveria se casar com o mortal Peleu; o filho nascido deles seria Aquiles, o maior dos heróis gregos em Tróia.Tétis inicialmente resistiu aos avanços de Peleu, assumindo a forma de fogo, serpentes, monstros e outras formas, mas ele a segurava fortemente apesar de todas as suas transformações, acabando por se submeter. Todos os deuses e deusas do Olimpo, menos uma, foram convidados para o magnífico casamento de Peleu e Tétis; no meio da festa, Éris, a única deusa que não tinha sido convidada, entrou abruptamente no local e atirou entre os convidados o Pomo da Discórdia, com a inscrição "a mais formosa". Esta maça foi requisitada por três deusas, Hera, Atena e Afrodite. Como elas não conseguiram chegar a um acordo, e Zeus estava compreensivelmente relutante em resolver a disputa, enviou as deusas para terem suas belezas julgadas pelo pastor Páris, no Monte Ida, fora da cidade de Tróia, na orla oriental do Mediterrâneo.Páris era filho de Príamo, rei de Tróia, mas quando a esposa de Príamo, Hécuba, estava grávida de Páris, sonhou que estava dando à luz a uma tocha donde surgiam serpentes sibilantes, assim, quando o bebê nasceu, foi entregue a uma criada com ordens de levá-lo ao Monte Ida e matá-lo. A criada, entretanto, ao invés de matá-lo, simplesmente o deixou na montanha para morrer; ele foi salvo por pastores, sendo criado para também se transformar em um deles. Enquanto Páris estava vigiando seu rebanho, Hermes levou as três deusas para que as julgasse. Cada uma ofereceu uma recompensa se fosse a escolhida; Hera ofereceu riqueza e poder, Atena ofereceu habilidade militar e sabedoria e Afrodite ofereceu o amor da mais bela mulher do mundo. Conferindo a vitória a Afrodite, acabou incorrendo na ira das outras duas, as quais se tornaram daí para a frente inimigas implacáveis de Tróia. Logo depois, Páris retornou por acaso a Tróia, onde sua habilidade nas competições atléticas e sua surpreendente bela aparência causaram interesse nos seus pais, que rapidamente estabeleceram sua identidade e o receberam de volta com entusiasmo.A mais bela mulher do mundo era Helena, a filha de Zeus e Leda. Muitos reis e nobres desejaram desposá-la, e antes que seu pai mortal, Tíndaro, anunciasse o nome do feliz escolhido, fez todos jurarem respeitar a escolha de Helena e virem em ajuda de seu marido se fosse raptada. Helena casou com Menelau, rei de Esparta, e na época que Páris veio visitá-los tinham uma filha, Hermíone. Menelau recebeu Páris muito bem em sua casa, mas Páris pagou esta hospitalidade raptando Helena e fugindo com ela de volta a Tróia. A participação de Helena nesta situação é explicada de diferentes maneiras nas várias fontes: foi raptada contra a sua vontade, ou Afrodite deixou-a louca de desejo por Páris ou, a mais elaborada de todas, nunca foi para Tróia, e foi por causa de um fantasma que os gregos gastaram dez longos anos em guerra.A Expedição ParteMenelau convocou todos os outros pretendentes anteriores de Helena, e todos os outros reis e nobres da Grécia, para ajudá-lo a montar uma expedição contra Tróia, de modo a recobrar sua esposa. O líder da força grega era Agamenon, rei de Micenas e irmão mais velho de Menelau. Os heróis gregos afluíram de todos os cantos do continente e das ilhas para o porto de Áulis, o ponto de reunião a partir do qual planejavam velejar através do Egeu até Tróia. Suas origens e os nomes de seus líderes estão listados no grande Catálogo de Navios próximo ao início da Ilíada."As tribos (de guerreiros) vieram como as incontáveis revoadas de pássaros - garças azuis ou cisnes de longos pescoços - que se reúnem nas campinas da Ásia nas correntes de Cayster, e movimentando-se com gritos agudos ao chegarem ao chão, numa frente avançada. Assim, tribo após tribo surgiram de barcos e cabanas... inumeráveis como as folhas e flores em suas estações".Alguns dos heróis viera a Áulis mais facilmente do que outros. Ulisses, rei de Ítaca, conhecia a profecia que se fosse a Tróia não retornaria por vinte anos, e então fingiu loucura quando o mensageiro Palamedes chegou para convocá-lo, atrelando duas mulas a um arado e movendo-as para cima e para baixo na praia; mas a farsa de Ulisses foi revelada quando Palamedes colocou o filho pequeno de Ulisses, Telêmaco, na frente das mulas, e Ulisses imediatamente voltou ao normal. Os pais de Aquiles, Peleu e Tétis, estavam relutantes em deixar seu jovem filho se juntar à expedição, pois eles sabiam estar predestinado que se fosse morreria em Tróia. Numa tentativa de evitar o destino, o enviaram para Ciros, onde, disfarçado como uma moça, se juntou às filhas do rei, Licomedes. Durante esta estada se casou com uma das filhas, Deidaméia, que lhe deu um filho, Neoptólemo.Ulisses, entretanto, descobriu que os gregos nunca conseguiriam capturar Tróia sem a ajuda de Aquiles; assim foi até Ciros para buscá-lo. De acordo com uma das versões da estória, Ulisses disfarçou-se de mascate, conseguiu entrar no palácio e espalhou suas mercadorias à frente das mulheres; entre as jóias e os tecidos havia armas às quais o jovem Aquiles demonstrou um interesse revelador. Outra fonte descreve como Ulisses arranjou para que soasse uma trombeta nos aposentos das mulheres: enquanto as filhas genuínas se espalhavam em confusão, Aquiles ficou no seu lugar e empunhou suas armas. Tendo abandonado seu disfarce, Aquiles foi facilmente persuadido a acompanhar Ulisses de volta a Áulis, onde a frota estava se preparando para zarpar.A grande força grega, cujos maiores heróis eram Agamenon, Menelau, Ulisses, Ájax, Diomedes e Aquiles, estava pronta para partir, mas o vento teimosamente ficou contra eles. Eventualmente, o profeta Calcas revelou que a deusa Ártemis exigia o sacrifício da filha de Agamenon, Ifigênia, antes que o vento mudasse. Agamenon ficou horrorizado pela profecia, mas a opinião pública o obrigou a obedecer: Ifigênia, chamada sob o pretexto de casar com Aquiles, foi, ao contrário, morta sobre o altar. Algumas fontes dizem que Ártemis ficou com pena dela no último momento e a substituiu por um cervo; de qualquer maneira, o vento mudou de direção e os barcos zarparam.A Ira de AquilesAlgumas vezes se considera que a Ilíada é a estória da guerra de Tróia. De fato, apesar de ela se estender largamente sobre toda a estória, seu objetivo ostensivo, como anunciado nas primeiras linhas, é mais restrito:"Canto de ira, deusa, a destruidora ira de Aquiles, filho de Peleu, que trouxe incontáveis dores aos Aqueus, e mandou muitas almas valiosas de heróis a Hades, enquanto seus corpos serviam de alimento para os cães e pássaros, e a vontade de Zeus foi feita... "A estória da Ilíada é, então, a estória de Aquiles, e sua disputa com Agamenon. Ao início da Ilíada os gregos já estavam em Tróia por nove anos. Eles tinham saqueado uma grande parte dos campos ao redor e tinham escaramuças esporádicas com quaisquer troianos que saíssem de trás de suas maciças fortificações. Os gregos estavam ficando cansados da campanha e irritados por sua falta de habilidade em conseguir uma vitória decisiva sobre a própria Tróia, quando Aquiles se desentendeu com Agamenon sobre um assunto de honra.Agamenon, como parte do saque de um ataque o qual Aquiles desempenhou a parte principal, recebeu uma moça chamada Criseida, filha de Crisos, sacerdote de Apolo. Crisos ofereceu a Agamenon um bom resgate para a libertação da moça, porém Agamenon se recusou a libertá-la. Assim Crisos orou a Apolo, que mandou uma praga sobre o acampamento grego, e o profeta Calcas revelou que esta seria retirada apenas se Agamenon devolvesse Criseida. Aquiles estava completamente a favor de fazer isso, mas Agamenon estava relutante. Eles discutiram, e Agamenon acabou por concordar a fazer o que estava sendo ordenado, mas para reafirmar sua autoridade sobre Aquiles da maneira mais insultuosa que podia, e simultaneamente compensar-se pela perda de Criseida (a qual ele declarou preferir à sua própria esposa Clitemnestra), tomou Aquiles sua escrava, Briseida. Aquiles ficou justificadamente enraivecido. Não apenas foi um insulto à sua honra, mas também foi grandemente injusto, pois ele, Aquiles, tinha conduzido a maior parte da luta necessária a produzir os tesouros e o saque que Agamenon considerava no direito de usufruir. Assim, Aquiles se retirou para sua tenda, e não tomou mais parte nos combates ou nas reuniões do conselho. A luta se tornou mais dura, com ataques mais diretos feitos a Tróia e aos troianos. Mas os gregos estavam numa situação difícil sem seu maior guerreiro, e mesmo Agamenon tentou fazer contatos com Aquiles, oferecendo-lhe riquezas de todos os tipos, justamente com a devolução de Briseida. Aquiles, entretanto, rejeitou todos os apelos, declarando mesmo que se as ofertas de Agamenon fossem "tantas como os grãos de areia ou as partículas de pó" nunca se curvaria.Nesta ocasião, Ulisses e Diomedes empreenderam uma expedição noturna para espionar os troianos. Não sabendo disso, um troiano de nome Dolon estava tentando fazer a mesma coisa: os gregos o surpreenderam e o forçaram a contar as disposições do acampamento troiano. Seguindo sua orientação, terminaram sua expedição noturna com um ataque ao acampamento de Reso, rei da Trácia, em cujos belos cavalos escaparam de volta para o acampamento grego.Apesar do sucesso desta temerária ação, o geral da luta os gregos estavam sendo empurrados de volta a seus navios pelos troianos e estavam ficando desesperados, quando o amigo de Aquiles, Pátroclo, veio até ele e rogou a permissão de liderar as tropas de Aquiles, os Mirmidões, em batalha. Pediu também se poderia emprestar a armadura de Aquiles, de modo a espalhar o terror nas linhas troianas, que poderiam tomá-lo por Aquiles. Aquiles concordou, e Pátroclo foi e lutou longa e gloriosamente, antes de, previsivelmente, ser morto por Heitor, filho de Príamo e o melhor guerreiro do lado troiano.Aquiles foi tomado pela dor. Sua mãe, a ninfa do mar Tétis, veio até ele e prometeu-lhe uma nova armadura para substituir a que tinha sido perdida com Pátroclo. A nova armadura, feita pelo deus-ferreiro Hefesto, incluía um bonito escudo coberto com cenas figuradas, cidades em guerra e em paz, cenas da vida rural com rebanhos, pastores e danças rústicas, e ao redor da borda do escudo corria o Rio de Oceano. Aquiles e Agamenon se reconciliaram e Aquiles retornou ao campo de batalha, onde matou um troiano após outro com sua lança "como um vento impetuoso que revolve as chamas, quando um incêndio grassa nas ravinas das bases secas pelo sol das montanhas, e a grande floresta é consumida". Após ter matado muitos troianos e sobreviventes mesmo ao ataque do Rio Escamandro, o qual tentou afogá-lo nas suas grandes ondas, Aquiles estava finalmente pronto a enfrentar seu principal adversário, Heitor.O restante dos troianos tinha fugido da matança de Aquiles e buscado refúgio atrás de suas muralhas, mas Heitor permaneceu fora dos portões, deliberadamente esperando pelo duelo que sabia ter que enfrentar. Mas quando Aquiles finalmente surgiu, Heitor foi tomado de compreensível terror e virou-se para fugir. Percorreram três voltas ao redor das muralhas de Tróia antes que Heitor parasse e destemidamente enfrentasse seu bravo oponente. A lança de Aquiles alojou-se na garganta de Heitor, caindo este ao chão. Mal podendo falar, Heitor pediu a Aquiles que permitisse que seu corpo fosse resgatado após sua morte, mas Aquiles, furioso com o homem que tinha morto Pátroclo, negou seu apelo e começou a sujeitar seu corpo a grandes indignidades. Primeiro o arrastou pelos calcanhares atrás de sua carruagem, ao redor das muralhas da cidade, para que toda Tróia pudesse ver. A seguir levou o corpo de volta ao acampamento grego, onde este ficou jogado sem cuidados em suas choupanas.Aquiles preparou então um elaborado funeral para Pátroclo. Uma grande pira foi construída; sobre ela várias ovelhas e bois foram sacrificados e suas carcaças empilhadas ao lado do corpo do herói morto. Jarros de mel e óleo foram adicionados à pira, a seguir quatro cavalos e dois dos cachorros de Pátroclo. Doze prisioneiros troianos mortos sobre a pira, a qual então foi deixada acesa. Ardeu toda a noite, e durante toda a noite Aquiles colocou libações com vinho e pranteou Pátroclo bem alto. Nos dia seguinte os ossos de Pátroclo foram coletados e colocados numa urna dourada, e um grande monte foi erguido no local da pira. Jogos funerários com prêmios magníficos foram feitos, com competições entre carruagens, luta de boxe, pugilato, corridas, lutas armadas, arremesso do disco e tiros com arco e flecha. E todo o dia ao amanhecer, por doze dias. Aquiles arrastou o corpo de Heitor três vezes ao redor do monte, até que mesmo os deuses, que tinham previsto e arranjado tudo isso, ficaram chocados; Zeus enviou Íris, mensageiro dos deuses, para Tróia em visita a Príamo e o instruiu a ir secretamente ao acampamento troiano com um bom resgate, que Aquiles aceitaria em troca da libertação do corpo do filho de Príamo.Assim Príamo, escoltado por um simples mensageiro, se dirigiu ao acampamento grego, sendo encontrado ao escurecer, quando se aproximava dos navios gregos, por Hermes disfarçado como um seguidor de Aquiles. Hermes guiou Príamo pelo acampamento grego, de modo que chegou sem ser percebido à tenda de Aquiles. Príamo entrou diretamente e jogou-se aos pés de Aquiles: ele pediu que o herói pensasse no seu próprio pai Peleu e tivesse mercê com um pai que tinha perdido tantos de seus bons filhos nas mãos dos gregos; pediu que fosse permitido levar o corpo de seu maior filho de volta a Tróia com ele, de modo que pudesse ser adequadamente pranteado e enterrado pelos seus parentes. Aquiles ficou tocado pelo apelo; choraram juntos, e o pedido de Príamo foi aceito. Assim, o corpo de Heitor foi devolvido a Tróia, onde foi velado e sepultado com os ritos adequados.Aqui acaba a Ilíada mas não é de forma nenhuma o fim da estória de Tróia. O restante da estória é recontada parcialmente na Odisséia e em parte pelos dramaturgos, mas também por autores romanos posteriores, principalmente Cirílico na Emelia e por uma miscelânea de poetas como Quintus de Smirna. Após a morte de Heitor, uma grande número de aliados vieram auxiliar os troianos, incluindo as Amazonas com sua rainha, Pentesiléia, e os Etíopes liderados por Mêmnon, um filho de Éos, deusa da aurora. Tanto Pentesiléia como Mêmnon foram mortos por Aquiles. Mas Aquiles sempre soube que estava destinado a morrer em Tróia, longe de sua terra natal, onde acabou sendo morto por uma flecha, lançada pelo arco de Páris. A mãe de Aquiles, Tétis, quis tornar seu filho imortal, e, quando este era ainda um bebê, levou-o ao Mundo Inferior e o imergiu nas águas do rio Estige; isto tornou seu corpo imune aos ferimentos, exceto pelo calcanhar, o qual ela utilizou para segurá-lo, sendo lá que a flecha o acertou.

Aguerra de Tróia

A Guerra de Tróia
A guerra começou quando três Deusas ( Hera, Afrodite e Atena ) discutiram sobre quem era a mais bela. Realizou-se então um concurso de beleza em que Páris de Tróia serviu de juiz. As três Deusas tentaram suborná-lo, mas Afrodite ganhou por lhe ter prometido a mais bela mulher do mundo, promessa na qual obrigou-a a ajudar Páris no rapto da bela Helena, mulher de Menelau, rei de Esparta.Quando os gregos velejaram para Tróia a fim de recuperar Helena, os outros Deuses tomaram partido. Zeus tentou afastar os Deuses da guerra, mas Hera, que estava do lado dos gregos, usou perfumes para fazer Zeus adormecer. Quando Zeus acordou, os troianos já haviam sofrido pesadas baixas.A luta em torno dos muros de Tróia durou 10 anos. A Ilíada se desenrola apenas nas seis semana do último ano da guerra. Mas o poema é uma história empolgante, vibrando ao choque dos homens armados e em combates. A Ilíada serviu de documento religioso para os gregos recém-saídos da Idade Negra, um documento que fixou a natureza da família olímpica ( os Deuses ). Para todos os tempos é uma grande tragédia, a história de um grande homem a quem o orgulho e a cólera rebaixam.Aquiles, a figura central do poema, depois de uma discussão com Agamémnon, fica furioso e ofendido e se retira magoado para a sua tenda, enquanto os troianos sob o comando de Heitor, filho de Príamo, rei de Tróia, afastam os gregos das muralhas da cidade.Quando Pátroclo morre, Aquiles reaparece para comandar os invasores de volta a Tróia, onde mata Heitor. Aquiles, levado à compaixão por mediação dos Deuses, entrega o corpo de Heitor a Príamo, para que ele seja sepultado com as honras de um herói.Os gregos venceram a guerra com um famoso truque, deram a Tróia um presente (um cavalo de madeira dentro do qual se escondiam gregos). Enquanto os troianos dormiam, os gregos saíram do cavalo e abriram as portas da cidade para o restante do exército.Vitoriosos, os gregos uniram de novo Helena a Menelau, e todos voltaram para casa. Porém um deles, Ulisses, que tivera a idéia do cavalo de madeira, demorou 10 anos para chegar em casa, o que resultou no segundo grande poema de Homero, a Odisséia.Ulisses chegou à Terra dos comedores de Lótus e depois viu-se preso na caverna dos Ciclopes; correu perigo com a feiticeira Circe, que transformou os homens de Ulisses em porcos e depois mandou Ulisses às portas do Hades, onde ele conversou com seus amigos mortos na guerra de Tróia. Mas por fim conseguiu chegar a casa a tempo de matar os homens que se banqueteavam com os seus bens enquanto cortejavam a sua suposta viúva, a fiel Penélope.

A Nova Tróia

Eneias ou Enéias (latim Æneas, do grego Αινείας) foi um chefe troiano, filho de Anquises e de Afrodite (a romana Vénus). Na Guerra de Tróia lutou valorosamente, e tornou-se o mais importante chefe Troiano após a morte de Heitor. Era casado com Creúsa, filha do rei Príamo. Tinha um filho, Iulo (na literatura romana Ascânio)[editar] MitoNa tomada de Tróia, a mãe aconselha-o a deixar a sua pátria juntamente com o seu pai e o seu filho, Iulo/Ascânio, pois estava-lhe reservado um destino mais glorioso: Tróia reviveria na sua descendência. Levou o velho pai às costas, o filho Ascânio pela mão e a mulher Creúsa ia atrás dele. A sua mãe divina ajudou-os a sair da cidade em segurança. Mas algures pelo caminho Creúsa desapareceu. Mais tarde apareceu a Eneias e disse-lhe que tinha sido raptada por Cibele. Levou ainda os Penates troianos, divindades que protegiam o Estado, os governos e as instituições que regem um e o outro para assim fundar uma nova cidade.Foge então de Tróia Eterna, que ardia em chamas, e vagueia pelo Mar Mediterrâneo em busca de uma nova pátria. Os Troianos pedem então conselho a Apolo, que os manda ir para a terra de onde era originário o seu primeiro antepassado. Anquises, douto nessa matéria, afirmava que em dias muito remotos, antes do Rei Trós fundar a cidade de Tróia, vivia na Frígia um rei chamado Teucro, cuja filha, Bátia, se casara com Dárdano, pai de Trós. Acreditavam que Teucro viera da ilha de Creta.Puseram-se então a caminho. Ao terceiro dia aportaram em Creta, onde começaram imediatamente a construir uma cidade a que Eneias chamou Pérgamo. Lavraram a terra e semearam-na, e parecia que tudo ia correr bem, mas, inesperadamente, todo o seu trabalho foi destruído. Uma terrível seca arruinou as colheitas e desencadeou uma epidemia que se alastrou entre os troianos. Anquises interpretou isto como um sinal evidente da desaprovação divina, e aconselhou Eneias a voltar ao templo de Apolo, na Ilha de Delos, para receber novas instruções do oráculo. Na véspera da partida, os numes tutelares apareceram a Eneias e disseram-lhe que ele deveria ir para o local de origem de Dárdano, antes chamado Hespéria, agora Itália. Contando isto ao pai, Anquises lembrou-se que Cassandra profetizara que uma nova Tróia erguer-se-ía na Hespéria. Mas, claro, todos acharam que ela estava louca.Puseram-se de novo a caminho. Os Troianos encontraram-se com a Harpías, mas, ao contrário dos Argonautas, fugiram delas. Chegaram a Épiro, terras onde se tinham estabelecido Heleno e Andrómaca. Heleno disse-lhe o que ia acontecer e o que ele deveria fazer.A seguir estiveram na ilha do ciclope Polifemo, e salvaram um homem, Aqueménides, que fora deixado para trás pelos Argonautas. Anquises, já velho, morreu antes de deixarem a Sicília.Depois de muito tempo aporta em Cartago e, por artimanhas de Vénus e Cupido, torna-se amante de Dido, rainha e fundadora da cidade africana. Primeiro tinha sido Hera quem queria isto, para Eneias ficar com Dido e não chegar a Itália, mas Afrodite viu que o amor da rainha podia ser proveitoso para Eneias.Porém não era ainda esse o seu destino final. Hermes, enviado por Zeus, pergunta-lhe por que estava ele construindo uma cidade que não seria do seu filho, para a sua descendência. Eneias fugira de Tróia para não se submeter aos gregos e estava agora a submeter-se a Dido e seus conterrâneos! Adverte-o, então, para que deixe Cartago e funde uma cidade e um reino para os seus. Ao deixar a cidade, mesmo a contragosto, vê Dido, extremamente apaixonada, suicidar-se numa pira funerária que tinha mandado fazer na sua fortaleza.

Deuses Gregos


Deuses Gregos.

Mitologia e religião grega, deuses da Grécia Antiga, panteão grego, características e representações.
Na Grécia Antiga, as pessoas seguiam uma religião politeísta, ou seja, acreditavam em vários deuses. Estes, apesar de serem imortais, possuíam características de comportamentos e atitudes semelhantes aos seres humanos. Maldade, bondade, egoísmo, fraqueza, força, vingança e outras características estavam presentes nos deuses, segundo os gregos antigos. De acordo com este povo, as divindades habitavam o topo do Monte Olimpo, de onde decidiam a vida dos mortais. Zeus era o de maior importãncia, considerado a divindade seprema do panteão grego. Acreditavam também que, muitas vezes, os deuses desciam do monte sagrado para relacionarem-se com as pessoas. Neste sentido, os heróis eram os filhos das divindades com os seres humanos comuns. Cada cidade da Grécia Antiga possuía um deus protetor.Cada entidade divina representava forças da natureza ou sentimentos humanos. Poseidon, por exemplo, era o representante dos mares e Afrodite a deusa da beleza. A mitologia grega era passada de forma oral de pai para filho e, muitas vezes, servia para explicar fenômenos da natureza ou passar conselhos de vida. Ao invadir e dominar a Grécia, os romanos absorveram o panteão grego, modificando apenas os nomes dos deuses.Conheça abaixo uma relação das principais divindades da Grécia Antiga e suas características.Nome do deuses.O que representava.
Zeus rei de todos os deuses.
Ares guerra.
Afrodite amor
Hades mortos.
Hera protetora das mulheres, do casamento e do nascimeto.
Poseidon mares e oceanos.
Eros amor, paixão.
Héstia lar.
Apolo luz do Sol, poesia, música,beleza masculina.
Ártemis caça, castidade, animais selvagens e luz .
Deméter colheita, agricultura.
Dionísio festas, vinho.
Hermes mensageiro dos deuses, protetor dos comerciantes.
Hefesto metais, metalurgia, fogo.

Crono do tempo.

Gaia planeta terra.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

O Teatro


O Teatro Grego
Origem do teatro grego, máscaras, tragédias, comédias, dramaturgos gregos, temas das peças teatro:
Um dos aspectos mais significativos da cultura grega antiga foi o teatro. Os gregos o desenvolveram de tal forma que até os dias atuais, artistas, dramaturgos e demais envolvidos nas artes cênicas sofrem a influência suas influências. Diversas peças teatrais criadas na Grécia Antiga são até hoje encenadas.O teatro grego surgiu a partir da evolução das artes e cerimônias gregas como, por exemplo, a festa em homenagem ao deus Dionísio (deus do vinho e das festas). Nesta festa, os jovens dançavam e cantavam dentro do templo deste deus, oferecendo-lhe vinho. Com o tempo, esta festa começou a ganhar uma certa organização, sendo representada para diversas pessoas.Durante o período clássico da história da Grécia (século V AC) foram estabelecidos os estilos mais conhecidos de teatro: a tragédia e a comédia. Ésquilo e Sófocles são os dramaturgos de maior importância desta época. A ação, diversos personagens e temas cotidianos foram representados nos teatros gregos desta época.Nesta época clássica foram construídos diversos teatros ao ar livre. Eram aproveitadas montanhas e colinas de pedra para servirem de suporte para as arquibancadas. A acústica (propagação do som) era perfeita, de tal forma que a pessoa sentada na última fileira (parte superior) podia ouvir tão bem a voz dos atores, quanto quem estivesse sentado na primeira fileira.Os atores representavam usando máscaras e túnicas de acordo com o personagem. Muitas vezes, eram montados cenários bem decorados para dar maior realismo à encenação.Os temas mais representados nas peças teatrais gregas eram: tragédias relacionadas a fatos cotidianos, problemas emocionais e psicológicos, lendas e mitos, homenagem aos deuses gregos, fatos heróicos e críticas humorísticas aos políticos. Os atores, além das máscaras, utilizam muito os recursos da mímica. Muitas vezes a peça era acompanhada por músicas reproduzidas por um coral.